Em entrevista recente do grupo “Queijo, Comédia e Cachaça” a jornalistas da Editora Abril, de São Paulo, pude comprovar algumas teorias interessantes que até então só existiam assim, em teoria. Como por exemplo:
“Paulista só levanta da cama se for para ganhar dinheiro”. Quando uma frase dessas é proferida por um mineiro, soa preconceituosa, gratuita, arrogante e até um pouco ofensiva. Quando dita por um paulista, entretanto, o sentido é outro - e bem mais verdadeiro.
Comparar a realidade do universo materialista de São Paulo com resquícios da hospitalidade e generosidade dos mineiros também é irresistível. Não é à toa que o stand-up comedy fez tanto sucesso por lá. Antigamente eu atribuía este sucesso, de forma leviana, ao simples fato da cidade possuir uma indústria do entretenimento muito maior do que qualquer outra região do País – com exceção, talvez, do Rio de Janeiro – e de ser também uma das regiões mais populosas do mundo. No fim das contas, tem mais caroço nesse angu.
Faltou ‘colocar na balança’ o quesito ‘humanidade’. Claro que são vários fatores que ajudaram a propagar a existência de grupos de comédia e de comediantes de stand-up na grande metrópole paulista. E só hoje eu entendo que um deles talvez tenha sido a carência de vínculos, digamos, 'humanísticos'. Ou melhor, a falta de tempo ou de sentido em se mostrar humano de vez
Quem é da “classe média” aqui em BH, portanto, ficaria a um passo de ter que “morar embaixo do viaduto” na capital paulista, o que, infelizmente, é o meu caso. Cheguei a cogitar, de forma ingênua, a possibilidade de que, caso eu conhecesse alguém que morasse
Mas voltando ao tema, digamos, mais existencialista da porra toda: quando se vive numa megalópole qualquer, a urgência dos compromissos, o estresse do trânsito, o volume de trabalho e os prazos a serem cumpridos acabam afastando qualquer ser humano de sua essência. “Porra, meu, essência é o caralho!”, diriam os paulistas, com sotaque paulista. Calma. Só estou querendo dizer que, se uma expressão artística, apresentada em um bar, retrata basicamente a reação comum a (quase) todos os seres humanos diante de alguma adversidade, esta expressão artística cumpre um papel social importantíssimo, ou seja, serve como uma espécie de “lembrete” de que estamos ‘no mesmo barco’, somos da mesma espécie e falamos os mesmos palavrões. E digo mais! Acredito que esta breve sensação de familiaridade gerada entre pessoas desconhecidas, num mesmo ambiente, atua como válvula de escape para todo o estresse e para as pressões cotidianas, mesmo que por um breve momento, graças à atuação do comediante (e, obviamente, ao teor alcóolico do público durante o show)
Por mais que nossos comportamentos, reações, atitudes e até mesmo alguns relacionamentos sejam condicionados (e até certo ponto ‘padronizados’) pela urgência do ‘ganhar dinheiro’, o riso, ou melhor, o riso verdadeiro... não é. Ou pelo menos não deveria ser.
Não conheço ninguém que ri de uma piada para ‘ganhar dinheiro’. O riso é uma reação natural, espontânea, genuína, autêntica, irrefreável. Talvez como o orgasmo ou a vontade de socar a Luciana Gimenez.
Felizmente o stand-up comedy (ou “a” stand-up comedy, como diriam os paulistas e os cariocas) tem essa magnífica “função social”: lembrar-nos de que somos seres falíveis, repletos de limitações e preconceitos, passíveis de ridicularização constante e, ao mesmo tempo, contrariando todas as expectativas... capazes também de rir de nós mesmos. Isso é muito difícil. Mas também é legal demais da conta, uai. Ô trem doido, sô.
Se observar no ramo da literatura, os maiores autores em língua Portuguesa são Mineiros!
ResponderExcluirPor experiência própia: Mineiros são desconfiados, cariocas péssimos pra fechar negócios e os paulistas (principalmente AS paulistas(sexo Feminino) são um horror na praia! Mas pra toda regra há uma exceção! E para toda lei uma brecha!
Quanto a frase: “Paulista só levanta da cama se for para ganhar dinheiro”. Tem uma pequena exceção: Se for Meretriz Paulista só DEITA da cama se for para ganhar dinheiro!
E o mais importante(e serio!) e que São Paulo é o que é pela "diaspora" do resto do Brasil. Ela foi feita com o melhor de cada pessoa que foi para la! Por tanto um bom ator de Curitiba se torna um ator Paulistano quando mora la!
Pense bem: Você acha que o Rafinha Bastos seria alguem se continuasse morando na Província de Porto dos Casais (A.K.A. = Porto Alegre)? Que e BEM pior que BH ja que fica mais distante de SP e tem uma cultura forte e dissonante do resto do Brasil e uma RUA denominada "RUA DA PRAIA" que fica a 50km da praia mais próxima! Provavelmente o Rafinha Bastos estaria apresentando o programa PATOLA na TVCOM (RBS)! Coisa de Gaúcho!
São Paulo e Belo Horizonte são ABSOLUTAMENTE IGUAIS! A maior diferença e que SP tem 80% da midia focada na cidade! BH não tem! De resto quando voce conhecer que toda cidade, no fundo, no fundo e igual!
Quanto a DIFERENÇAS de classes entre BH e SP e gritante! Ribeirão das Neves-MG e Ribeirão Pires-SP (carinhosamente chamada de "O CU DO ABCDM!) são duas cidades que ilustram o que voce quer dizer! O Rico de Ribeirão das Neves e o Classe média em Ribeirão Pires!
Ha outra coisa: Quando o mineiro te convida para o café ele Não Paga, mas faz o café pra voce! O Paulistano Paga, mas cobra depois para voce fazer na SUA casa!
Forte abraço! :-D